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O mundo anda tão cheio de singularidades e pormenores que alguns teimam em diferenciar bom humor de felicidade. Numa análise criteriosa, vá lá, as sutilezas são as que mais interessam. Um comentarista perspicaz observa idiossincrasias naqueles conceitos que soam como se existissem desde sempre. Mas aqui, neste momento da história humana, quando estas palavras querem se transformar em pensamento e coerência, digo em alta e boa fonte: DETALHISTAS NÃO PASSARÃO! Felicidade e bom humor são, SIM, duas faces sorridentes da mesma moeda de valor incomensurável. Não será um linguista ou, menos ainda, um sociólogo que me dirá o contrário. Sem máquina do tempo, viajo ao passado com a velocidade de uma lembrança e dou com minha avó e minha mãe, unidas por um laço tão precioso para além do sangue. Sentimento e memória. Jamais conheci duas pessoas, mãe e filha, de gênios tão distintos quanto minha mãe e minha avó. Ainda assim, certamente, foram dois dos seres humanos mais bem humorados e felizes que jamais conhecerei. Calma e essencialmente pacífica, minha mãe se interessava no outro, no próximo imediato, com um olhar intimista e nada introspectivo. Agitada e ligeiramente brava, o riso de minha avó corria frouxo com a mais trivial cotidianidade. O sorriso e a afeição acompanhavam ambas; filha e mãe de coração e caráter. É um comentário parcial, não nego, mas por isso mesmo, tão justo como um filho e um neto cheio de saudade pode ser.