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Crônicas de Evandro Duarte

~ Textos sobre o universo ao meu redor.

Crônicas de Evandro Duarte

Arquivos da Tag: Grécia

A República (século IV a.C.), de Platão, e Política (século IV a.C.), de Aristóteles

04 quinta-feira out 2018

Posted by Evandro Duarte in Livros

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A República, Aristóteles, Brasil, Eleições 2018, Filosofia, Grécia, História Antiga, Justiça, Livros, Platão, Política


Pai, aproxima de mim este cálice do conhecimento. Em tempos de irresponsabilidade política-eleitoral, quando o fascismo se aproveita da desesperança para pregar sua peça de ódio e ressentimento… Em tempos de desdém para com o significado de uma república, quando a solução mais fácil é sempre a pior… Em tempos de ausência de amor para com o próximo, quando a empatia é do que mais necessitamos… Em tempos assim, sempre voltamos ao passado em busca de nós mesmos e de nossa espécie. Somos o que sempre fomos, com uma chance inequívoca à evolução, mas titubeando em convicções miseráveis e enganosas. Porque não há qualquer sentido sem a existência e a felicidade do outro. Podemos, outra vez, deixar o medo das sombras de lado e sair da caverna para beber de tão nobre cálice.

> A República, de Platão. Martin Claret, 2002. Política, de Aristóteles. Martin Claret, 2004.

republicapoli

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Divinas curvas

27 quinta-feira jan 2011

Posted by Evandro Duarte in Ideias Imperfeitas

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Aedo, Creta, Egeu, Grécia, Hesíodo, Os trabalhos e os dias, Teogonia


Após o Caos cumprir seus dias, foi a vez da Gaia aprontar das suas. E como os deuses podem ser vaidosos! Assim, Urano e Gaia tiveram seus filhos. Um deles, o titã Cronos (a quem todas as crônicas prestam homenagem), reinou soberano até o dia em que foi destronado por Zeus.

Pelos deuses da beleza divina, a mais bela entre as mortais. Assim és tu, Ilha. Com estas curvas de fazer inveja ao corpo das mais saradas musas, estás banhada pela águas agridoces do Oceano – outro irmão de Cronos. Com tuas formas, brilhas sozinha e enches de luz a escuridão do Tártaro. Todos, pois, acabam por se envolver com tua acolhida de Afrodite e com teu abraço quente de Hélios. Todos os dias em teu convívio ficam nas lembranças de Mnemósine; viver contigo faz com que mulheres e homens pensem consigo: “Vale a pena não ser mais outro deus ou deusa”.

As personagens de nomes curiosos que antecederam estas palavras são algumas das criaturas relacionadas pelo grego Hesíodo na obra “Teogonia”. Tendo vivido alguns séculos antes de Cristo, Hesíodo era um aedo, espécie de poeta popular que contava história antes mesmo da História ser um conceito de domínio público. O aedo deu conta do mundo humano com o poema épico “Os trabalhos e os dias” e da vida divina com “Teogonia”.

Vivendo atualmente na Ilha, Hesíodo já não mais escreve sob a inspiração das musas, como fazia no passado. Com o acesso a internet numa cidade virtual, o grego digita suas veleidades para a humanidade no notebook, sentado num café próximo à Avenida Hercílio Luz. São as pessoas e paisagens que cortam diariamente a janela de seus olhos o que lhe dá motivos para colocar algumas linhas na memória digital do equipamento, qual cronista de jornal.

Hesíodo, agora, adotou a região central da cidade como sua nova pátria: microcosmo de uma sociedade ainda sobremaneira influenciada pela cultura grega de tempos remotos. Poderia ir para Creta, no mar Egeu, mas preferiu esta Ilha também de pescadores e de casas com as paredes coladas umas nas outras. Semelhanças à parte, Hesíodo quer saber das diferenças e novidades, entender como os mortais deixaram de lado as principais personagens do mito cosmogônico, identificar o antropocentrismo à luz do sublime.

A crônica na Ilha de Santa Catarina é uma necessidade que ultrapassa o limite do tempo, porque as divinas curvas desta cidade escondem mais do que revelam, porque mesmo os deuses morrem de inveja daqueles que podem chamar de seu este pedaço de céu cravado no mar.

> Crônica publicada no Jornal Notícias do Dia em 27/01/2011.

Ao mar e à luz do sol profundo

22 quinta-feira abr 2010

Posted by Evandro Duarte in Florianópolis

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Chuva, Florianópolis, Galáxia, Grécia, Mar, Planeta, Sol


Manhã de outono às margens da Cidade-Ilha. Chegamos quando o sol profundo começa a submergir com seus raios soberanos, típicos alicerces de um Astro Rei. Súditos que somos, despertamos mesmo que a natureza nos faça dormir de olhos abertos, vigilantes dos oceanos, fiscais de águas e mares.

Eu e minha esposa Mera sempre preferimos ficar ao sul. “As águas são mais quentes, Arthur”, Mera me lembra toda vez que planejo uma viagem. Não que eu seja avesso ao calor, mas há momentos nos quais surge uma vontade de conhecer outras paragens, outras praias, novos litorais. Assim, consigo levá-la comigo em algumas aventuras pelo mundo.

A cada retorno, porém, a paisagem desta Ilha-Cidade está diferente. Aqui do mar, temos uma visão privilegiada do mal chamado progresso humano. Neste outono, identificamos novas estruturas feitas com areia, água e mais um ou dois elementos. Mera não entende essa capacidade que as pessoas têm de transformar um local praticamente verde em floresta petrificada, acinzentando o cotidiano como num dia de chuva sem sol.

Sabemos que a vida sob ou sobre o mar segue um ritmo próprio, bastante divergente daquele em terra firme. Mas, se pensarmos bem, toda vida acompanha a cadência deste Planeta que navega no vácuo da Galáxia. Mesmo que as espécies sejam distintas, a origem é uma só e daí que não é fácil consentir que uns poucos bilhões de habitantes (poucos, se pensarmos em toda a vida marinha ou mesmo de organismos praticamente invisíveis) interfiram de forma tão devastadora nas paisagens mais belas jamais vistas, como é o caso desta Cidade-Ilha a qual escolhemos como lar.

Devo admitir que não é muito diferente em todos os continentes, arquipélagos ou ilhas que já visitamos. A preservação é deixada de lado, e a história insiste em se repetir mesmo que à nossa revelia. Porque Mera e eu somos os peixes mais velhos do mundo e não gostaríamos de ver esta querida Ilha terminar seus dias de forma mais sombria que o mais profundo dos mares.

> Crônica publicada no Jornal Notícias do Dia em 22/04/2010.

Além da imaginação

15 quinta-feira out 2009

Posted by Evandro Duarte in Florianópolis

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Constituição Federal, Educação, Filosofia, Florianópolis, Grécia, Poesia, Saúde


Não é possível acreditar em tudo o que dizem, sejam políticos, poetas ou profetas. Em tempos antigos, fizeram-nos crer que a terra era chata, quando “eles” eram os verdadeiros chatos. Nos mal chamados descobrimentos, como em outras épocas, desculpas esfarrapadas imprimiam coerência à escravidão. Os gregos antigos, em tempos de filosofia aplicada, acreditavam na democracia, mas mulheres não podiam exercer o direito do voto. No Brasil de hoje, de acordo com a Constituição, a administração de cada município deve investir em Educação pelo menos 25% do que arrecada com impostos e transferências constitucionais. Para a Saúde, a Constituição exige um investimento superior a 15% da despesa própria. Assim, sabemos que é preciso ir além da imaginação para construir uma cidade, seja esta uma capital como Florianópolis, ou um município pequeno, destes que o número de cargos de uma prefeitura é equivalente ao número total de eleitores.

Governos provisórios indicam apenas o quão despreparados estamos para lidar com as diferenças. E, indiferentes, fingimos alguma surpresa com os desatinos que pipocam diariamente em acidentes de trânsito, assaltos seguidos de morte, etc e tal. Mesmo o continente americano ainda não assumiu o papel de si mesmo, como podemos verificar neste exato momento com a crise institucional em Honduras, na qual o presidente teve de se esconder na embaixada brasileira. Qualquer dia, mesmo prefeitos e vereadores terão de buscar refúgio em cidades vizinhas. Para tanto, basta a cidadania entrar na pauta da vez, porque direitos e deveres são duas faces da mesma moeda.

Como contar poesia se os versos já não são tão bonitos? As rimas foram subutilizadas com a lábia dos malandros. Um universo de bobagens destrói poemas com verdades inventadas, bem como falsos profetas não logram êxito em situações constrangedoras, dessas que os mandatários do poder público não cumprem o que prometem. Não há crise sem embate, não há conquista sem algum esforço, não há porque temer o desconhecido se qualquer convicção fizer parte de nosso vocabulário. Assim, Ilha vira continente, e todos aqueles que vivem em Florianópolis serão governos de si mesmos, indo muito além do que imaginávamos.

> Crônica publicada no Jornal Notícias do Dia em 15/10/2009.

O senhor das luzes

10 quinta-feira jul 2008

Posted by Evandro Duarte in Ideias Imperfeitas

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Galileu, Grécia, Romantismo, Sol


Da América pré-colombiana à Grécia mítica, o sol é considerado uma divindade digna das mais altas homenagens. Daqueles que se aquecem uns nos outros em pleno inverno passando pelos que dependem do seu nascer para dias risonhos, o sol é o símbolo vivo da natureza influenciando as relações sociais. E dos astros e estrelas que acompanham nossa imaginação e nossos astronautas, quem reina soberano na Via Láctea é, novamente, o sol.

Tanta atenção ao senhor de todas as luzes deve ser entendida como admiração espontânea. Se existe um criador de tudo o que há, certamente o sol foi um de seus primeiros estalos quando tudo não passava de trevas, salvo um ou dois cometas travessos. Sua presença chama tamanha atenção que o outrora estudioso Galileu Galilei quase perdeu a vida ao afirmar que a Terra, essa conturbada esfera na qual vivemos, girava ao seu redor, assim como os demais planetas. Esperto, Galileu voltou atrás para não cair nas garras da Inquisição, mas temos muitas desconfianças de que ele próprio nunca deixou de acreditar na culminância do sol.

Também devedores de algum apreço para com a estrela de fogo, os românticos não podem esquecer jamais que a sua tão adorada lua só possui o brilho do amor graças à caridade solar, que empresta seus raios num ato de humildade e sedução. Estaria, então, o sol “caliente” de amores pela lua? Quiçá os próprios adeptos do romantismo já responderam essa questão inúmeras vezes em versos, reversos e universos.

Suponho que minha dívida para com o sol não esteja totalmente paga com estas mal-traçadas. Ainda assim, não tenho a menor dúvida de que terei o brilho diário por companhia até os últimos de meus dias. O sol, sabemos agora, deixou de ser uma divindade para tornar-se um grande amigo.

> Crônica publicada no Jornal Notícias do Dia em 10/07/2008. 

Perfil

Jornalista. Escritor. Leitor. Espectador. Algumas passagens da minha trajetória: Em 1998, fui Diretor de Imprensa do grêmio estudantil da Escola Técnica Federal de Santa Catarina (Florianópolis/SC). Entre 2001 e 2005, editei o fanzine JornalSIN na UNISUL (Palhoça/SC). No mesmo período, editei a seção de Literatura do portal cultural SARCÁSTICOcomBR (Florianópolis/SC). Nos anos de 2002, 2003, 2005 e 2010, realizei a cobertura crítica do Fórum Social Mundial (em Porto Alegre/RS) para o site SARCÁSTICOcomBR. Em 2002, atuei como cronista de cinema e editor de Cultura do Jornal Mercosul (Florianópolis/SC). Em 2004, publiquei de modo independente o livro "Caderno Amarelo de Poesias". Entre 2005 e 2006, atuei na área de assessoria de imprensa na Exato Segundo Produções (Florianópolis/SC). Em 2008, fui um dos vencedores do 6º Concurso Literário Conto e Poesia realizado pelo Sinergia - com a poesia "Nova Iorque em Vermelho". Em 2011, fui um dos vencedores do 7º Concurso Literário Conto e Poesia realizado pelo Sinergia - com a poesia "Soldado sem sentido" e com o conto "Velhos corações imaturos". Em 2012, apresentei o Programa Geral e o Ponto de Encontro no canal fechado TVN (São José/SC). Entre 2013 e 2015, fui editor-chefe do Jornal Independente (Biguaçu/SC). De 30/04/2009 a 10/08/2017, escrevi crônicas semanais para o jornal Notícias do Dia (Florianópolis/SC). Desde 2016, sou um dos editores e cronistas do Centopeia Site. Também produzo e apresento programas para o canal Centopeia TV no YouTube e para o podcast Centopeia Falante no Spotify. Publico semanalmente no blog Crônicas do Evandro e atualizo ocasionalmente o perfil do Instagram @cronicasdoevandro.

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