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Crônicas de Evandro Duarte

~ Textos sobre o universo ao meu redor.

Crônicas de Evandro Duarte

Arquivos da Tag: Inglaterra

Os tempos de William Shakespeare e Machado de Assis

23 quinta-feira jul 2020

Posted by Evandro Duarte in Ideias Imperfeitas

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Brasil, Eça de Queiroz, Inglaterra, José de Alencar, Literatura, Machado de Assis, Rio de Janeiro, William Shakespeare


As comparações entre William Shakespeare e Machado de Assis podem ser as mais diversas, tanto em relação às suas vidas quanto em função de suas obras. Ambos viveram momentos de transição secular (do século XIV para o XV, no caso de Shakespeare e do XIX para o XX, para Machado), quando novas ideias se faziam vibrar no ar e na mente das pessoas. Shakespeare pegou um momento de protestantismo latente, fatos históricos marcantes para a Inglaterra e uma cena teatral propícia para seus escritos que misturavam o popular e a tradição clássica. Machado de Assis caminhou por linhas similares, sendo até mesmo acusado de modernista! – um modernismo positivista à época, o qual sempre criticou. Isso porque Machado não fazia questão de navegar na moda do momento, quando do naturalismo-realismo (alguém aí falou em Eça de Queiroz?). O autor carioca quase nunca saiu do Rio de Janeiro (a cidade). Ainda assim, seus textos exploravam a alma do brasileiro não como quem define características locais e nacionalistas (José de Alencar?), mas qual o explorador de uma nação que sempre questiona a si mesma no eterno perguntar “quem somos nós?”. Shakespeare inventou o humano e Machado o explorou internamente.

shakespearemachado

William Shakespeare e Machado de Assis

O Oceano no Fim do Caminho (2013), de Neil Gaiman

02 quinta-feira ago 2018

Posted by Evandro Duarte in Livros

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Coisas Frágeis, Conrad Editora, H. G. Wells, Inglaterra, J. K. Rowling, J. R. R. Tolkien, Lewis Carroll, Literatura, Literatura Inglesa, Livros, Neil Gaiman, O Oceano no Fim do Caminho, Os Livros da Magia, Sandman, Terry Pratchett


Crescer é perder o fantástico dentro de si? Não há esta pergunta, literal ou literariamente, no livro O Oceano no Fim do Caminho, de Neil Gaiman, mas ela está oculta qual uma entidade tão velha quanto o tempo. A volta à casa de infância, quarenta anos após ter vivido um tempo saudoso e difícil, faz eclodir as lembranças – outra vez, e de novo. O britânico Neil Gaiman atualiza o gênero fantasia com o toque sutil e talentoso que o consagrara já em suas obras iniciais, como na série em quadrinhos Os Livros da Magia (1990-91). O Oceano no Fim do Caminho é, ainda, uma história curta que se estendeu por conta própria, como salienta o autor, e traz a engenhosidade característica de suas obras da primeira década do século XX, como a coleção de contos e poesias intitulada Coisas Frágeis (publicada em dois volumes no Brasil pela Conrad Editora). Se a Inglaterra tem a tradição de autores fantásticos – gente do naipe de Lewis Carroll, H. G. Wells, J. R. R. Tolkien e Terry Pratchett (sem contar, evidentemente, J. K. Rowling que é mais nova que o criador de Sandman) –, Gaiman sabe muito bem disso e homenageia passado, presente e futuro nas três gerações da família Hempstock.

oceano

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Shakespeare, Cervantes e Borges: a história vive da palavra

05 quinta-feira abr 2018

Posted by Evandro Duarte in Ideias Imperfeitas, Livros

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Espanha, História, Inglaterra, Literatura, Livros, Miguel de Cervantes, Palavras, Texto, William Shakespeare


A história nada mais é do que interpretações. O que fica sempre, pois, é o texto. Neste sentindo, considero todo e qualquer texto uma obra literária e, por sua vez, literatura. Daí a importância até os dias atuais, mesmo em tempos de internet, da palavra escrita. E, com a permissão do escritor argentino Jorge Luis Borges, uso de suas palavras sobre o livro para ilustrar meu argumento: “Dos diversos instrumentos do homem, o mais assombroso é, sem dúvida o livro. Os demais são extensão do seu corpo… Mas o livro é outra coisa, o livro é um extensão da memória e da imaginação”. E o que nos coloca nesse mundo que não seja a imaginação e a memória? O próprio Borges, por sinal, que tantas vezes falou de William Shakespeare, afirmava a universalidade do bardo devido a sua obra que ultrapassava a experiência inglesa. Logo, Shakespeare era quem menos tratava especificamente da Inglaterra entre os autores ingleses e, justamente por isso, tornou-se seu símbolo máximo. Da mesma forma, Borges cita Miguel de Cervantes como ícone da Espanha, sendo o menos espanhol de seus escritores. Cervantes e Shakespeare, não por acaso, dividem a hipotética/fictícia data de morte (23 de abril de 1616) e uma imaginação para lá de extensa. Se a história vive da palavra, então talvez a leitura seja sua complementação inerente. Felizes os que lemos.

borgesshakescervantes

Borges, Shakespeare e Cervantes

 

A ostra do Sr. Holmes

17 quinta-feira nov 2016

Posted by Evandro Duarte in Florianópolis

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Brexit, Brighton, Dr. Watson, Florianópolis, Inglaterra, Londres, Ribeirão da Ilha, Sherlock Holmes


Tendo aceitado o convite de um velho amigo, o Sr. Holmes veio aproveitar a primavera numa casa com vista para o mar lá no Ribeirão da Ilha. Para não perturbar o pobre senhorio, vamos manter a identidade desse amigo no anonimato, mas convém dizer que o mesmo não faz parte dessa elite antropofágica que só faz deglutir os próprios bens. Era um sujeito simples, tão cordial que o Sr. Holmes tomou-lhe por melhor amigo tão logo seu companheiro de aventuras, Dr. Watson, foi para um universo indecifrável até mesmo para o mestre das deduções. É assim que a vida faz com quem insiste nela: ceifa-lhe tudo – do pó ao pó.

Assim que colocou os pés na areia, o Sr. Holmes se deu conta de que, pela primeira vez, estava numa praia única e exclusivamente motivado pelo lazer. Claro que noutras oportunidades visitara o mar. No litoral sul da Inglaterra, sentia certo apreço por Brighton, uma cidade que atrai muitos turistas, mesmo não sendo tão fascinante pela qualidade de suas praias. O Ribeirão em nada lembrava Brighton, como Florianópolis pouco se assemelhava à Londres.

Entrementes, Holmes, com sua idade avançada, cansara de Baker Street. Logo após o enterro de Watson, revistou as velhas anotações do doutor e decidiu rever amigos de um tempo que estava deixando de ser lembrança viva para se tornar história. Visitou uma ou duas pessoas no Reino Unido, quando o nome de um brasileiro lhe chamou a atenção. Fora aquele nome pitoresco para um londrino ou fora o Brexit (a saída do Reino Unido da Europa)? Não importava: A decisão de cruzar a oceano já estava tomada.

O anfitrião ilhéu do Sr. Holmes levara-o para comer ostras logo na primeira noite. Ah, e como o convidado ficara fascinado com o sabor da iguaria. Trocaria os milhares de chá que tomara no passado para ter conhecido as ostras muito tempo atrás. Mas nem mesmo o detetive mais brilhante de todos os tempos pode alterar o passado. Assim, contentou-se em pedir mais uma dúzia do molusco gratinado – para dividir com seu amigo, evidentemente. Foi aí que lhe ocorreu a solução de um caso que ficara perdido num canto escuro de sua memória. Lembrara-se, agora, de uma história mais surpreendente que Um Estudo em Vermelho ou O Cão dos Baskervilles. Sim, tinha a resposta na ponta da sua língua. Mas, primeiro, haveria de terminar com as ostras.

– Deliciosas!, exclamou.

Uma dedução elementar.

> Crônica publicada no jornal Notícias do Dia em 17/11/2016.

Perfil

Jornalista. Escritor. Leitor. Espectador. Algumas passagens da minha trajetória: Em 1998, fui Diretor de Imprensa do grêmio estudantil da Escola Técnica Federal de Santa Catarina (Florianópolis/SC). Entre 2001 e 2005, editei o fanzine JornalSIN na UNISUL (Palhoça/SC). No mesmo período, editei a seção de Literatura do portal cultural SARCÁSTICOcomBR (Florianópolis/SC). Nos anos de 2002, 2003, 2005 e 2010, realizei a cobertura crítica do Fórum Social Mundial (em Porto Alegre/RS) para o site SARCÁSTICOcomBR. Em 2002, atuei como cronista de cinema e editor de Cultura do Jornal Mercosul (Florianópolis/SC). Em 2004, publiquei de modo independente o livro "Caderno Amarelo de Poesias". Entre 2005 e 2006, atuei na área de assessoria de imprensa na Exato Segundo Produções (Florianópolis/SC). Em 2008, fui um dos vencedores do 6º Concurso Literário Conto e Poesia realizado pelo Sinergia - com a poesia "Nova Iorque em Vermelho". Em 2011, fui um dos vencedores do 7º Concurso Literário Conto e Poesia realizado pelo Sinergia - com a poesia "Soldado sem sentido" e com o conto "Velhos corações imaturos". Em 2012, apresentei o Programa Geral e o Ponto de Encontro no canal fechado TVN (São José/SC). Entre 2013 e 2015, fui editor-chefe do Jornal Independente (Biguaçu/SC). De 30/04/2009 a 10/08/2017, escrevi crônicas semanais para o jornal Notícias do Dia (Florianópolis/SC). Desde 2016, sou um dos editores e cronistas do Centopeia Site. Também produzo e apresento programas para o canal Centopeia TV no YouTube e para o podcast Centopeia Falante no Spotify. Publico semanalmente no blog Crônicas do Evandro e atualizo ocasionalmente o perfil do Instagram @cronicasdoevandro.

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