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Crônicas de Evandro Duarte

~ Textos sobre o universo ao meu redor.

Crônicas de Evandro Duarte

Arquivos da Tag: William Shakespeare

Gnomeu & Julieta (2011), de Kelly Asbury

15 quinta-feira out 2020

Posted by Evandro Duarte in Filmes

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Filmes, Gnomeu & Julieta, Harold Bloom, Kelly Asbury, Romeu & Julieta, William Shakespeare


Da animação inglesa (na verdade, uma co-produção entre EUA e Reino Unido), surge o rápido e certeiro Gnomeu & Julieta (2011), de Kelly Asbury. Ainda que o diretor seja estadunidense, a produção abarca em si mesma tons do humor característicos aos britânicos. Ao contar as aventuras de anões de jardim que são vizinhos e travam batalhas devido às antigas rixas familiares (Capuletos vs Montéquios ou, no caso, Vermelhos vs Azuis), Asbury apresenta indiretamente William Shakespeare às gerações mais novas. O próprio bardo destila sua sagacidade ao ser representado por uma estátua falante em uma praça qualquer da Inglaterra. Gnomeo e Julieta são os anões de jardim das casas rivais que fazem Shakespeare parecer ainda mais divertido. Harold Bloom (1930-2019), talvez o mais influente pesquisador shakespeariano do final do século XX e início do XXI, comentou certa vez que os jovens deveriam ler obras de alta qualidade literária desde cedo, porém não aquelas muito rebuscadas, e citou Romeu & Julieta como um texto adequado. Evidentemente, faz-se necessário descontar o fato de que a obra original se desenvolve à maneira trágica, com um final ligeiramente perturbador para quem tem pouca experiência de vida. Entretanto, viver também se aprende nestas inconsistências sociais. E a rivalidade desmedida acompanha a própria narrativa humana. Ao longo de conflitos e disputas, enfrentamos o desconhecido, munidos de uma capacidade única de não enxergar a paz. O bardo provavelmente daria seu aval para esta produção que, se não é brilhante, ao menos homenageia o sentimento de sua obra mais conhecida.

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Além dos limites do oceano (2001), de Mauricio Obregón

27 quinta-feira ago 2020

Posted by Evandro Duarte in Livros

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Além dos limites do oceano, Argonautas, Gregos, Homero, Livros, Luís de Camões, Mauricio Obregón, Oceano, Odisseia, Romeu & Julieta, William Shakespeare


Como falar de amor sem citar os astros? Como falar dos astros sem citar o amor? Quando Romeu quis, em nome da lua, jurar que amava Julieta, a jovem donzela lhe disse: “Ah, não jures pela lua! A lua é inconstante e muda a cada mês em sua órbita circular, e teu amor pareceria variável também“. Julieta sabia do que falava. Se os astros são inconstantes, por que nós também não o seríamos?

O colombiano Mauricio Obregón, no último livro que escreveu antes de se encontrar com as estrelas, Além dos limites do oceano (2002), reconta as histórias míticas dos gregos através das correntes marítimas e das fontes luminosas do espaço sideral. Segundo os escritos de Obregón, as estrelas nem sempre se encontraram na mesma posição em que as vemos. E é a partir disso que ele procura identificar onde Homero teria escrito a Odisseia.

Instiga-nos saber que os céus estão muito mais próximos de nossas vidas do que poderíamos imaginar. As noites trazem consigo a possibilidade de observar não só o brilho das estrelas, mas também o infinito do cosmos. É como se estivéssemos no meio do oceano, quando o mar se confunde com o céu num único azul. Curiosamente, nos mais de sete mares descobertos também encontramos estrelas: no reflexo das águas e as estrelas-marinhas propriamente ditas.

Guiados por correntes marítimas, tanto os argonautas (que teriam vindo da Polinésia e povoado a América) quanto os gregos navegaram rumo ao desconhecido. Não estariam eles guiados por um nobre sentimento de amor? E os astros não os teriam influenciado ainda mais que os “mares nunca de antes navegados“, qual registrara Camões? Resta-nos tão somente imaginar algumas respostas convincentes sem nunca chegar à verdade do Universo, o que de fato pouco importa quando se ama.

> Além dos limites do oceano. Escrito por Mauricio Obregón. Originalmente publicado em 2001. Edição brasileira pela Ediouro (2002).

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Os tempos de William Shakespeare e Machado de Assis

23 quinta-feira jul 2020

Posted by Evandro Duarte in Ideias Imperfeitas

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Brasil, Eça de Queiroz, Inglaterra, José de Alencar, Literatura, Machado de Assis, Rio de Janeiro, William Shakespeare


As comparações entre William Shakespeare e Machado de Assis podem ser as mais diversas, tanto em relação às suas vidas quanto em função de suas obras. Ambos viveram momentos de transição secular (do século XIV para o XV, no caso de Shakespeare e do XIX para o XX, para Machado), quando novas ideias se faziam vibrar no ar e na mente das pessoas. Shakespeare pegou um momento de protestantismo latente, fatos históricos marcantes para a Inglaterra e uma cena teatral propícia para seus escritos que misturavam o popular e a tradição clássica. Machado de Assis caminhou por linhas similares, sendo até mesmo acusado de modernista! – um modernismo positivista à época, o qual sempre criticou. Isso porque Machado não fazia questão de navegar na moda do momento, quando do naturalismo-realismo (alguém aí falou em Eça de Queiroz?). O autor carioca quase nunca saiu do Rio de Janeiro (a cidade). Ainda assim, seus textos exploravam a alma do brasileiro não como quem define características locais e nacionalistas (José de Alencar?), mas qual o explorador de uma nação que sempre questiona a si mesma no eterno perguntar “quem somos nós?”. Shakespeare inventou o humano e Machado o explorou internamente.

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William Shakespeare e Machado de Assis

Sonho de uma noite de Primavera

24 quarta-feira jun 2020

Posted by Evandro Duarte in Livros

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Estio, Literatura, Literatura Inglesa, Midsummer, São João, Teatro, Verão, William Shakespeare


24 de Junho, dia de São João. O que me lembra de uma peça de William Shakespeare. Explico: todo mundo acha que aquela peça “Midsummer night’s dream” é sobre um “Sonho de uma noite de verão“. Não é. No título original, nem mesmo há a palavra summer, mas sim midsummer – que alguns tradutores poderiam pensar ser o meio do verão, só que não.

Descobri a solução deste mistério que sequer sabia existir por meio de uma edição portuguesa intitulada “Sonho duma noite de S. João”, traduzida por Visconde de Castilho. Antes do texto traduzido, há uma interessante explicação sobre a titulação da obra traduzida. Os trechos a seguir, aliás, foram escritos, de facto, por Victor Hugo, e incluídos pelo tradutor. Acompanhem comigo:

“Midsummer não significa propriamente o meio do Estio. Não é um prazo incerto do ano“.

“Midsummer é um dia de festa, inteiramente britânico, marcado no calendário protestante no dia 24 de junho, isto é, no começo do Estio, correspondente ao S. João no calendário católico“.

“Muitos comentadores por desatentarem nesta explicação dada pelo próprio poeta, fantasiaram que por este título ‘Midsummer night’s dream’, quisera ele especificar o prazo em que o enredo da comédia se passava. A prova de que andaram errados neste juízo, é o cuidado com que o autor nos precaveu, por boca de um dos interlocutores, de que a acção se dá no começo de maio. Quando Teseu descobre na mata maravilhosa os quatro amantes por terra a dormir, diz a Egeu que certamente haviam de ter vindo celebrar o rito de Maio, e para isso madrugaram. Portanto, não é, como geralmente se cuida, numa noite de Estio, que Botom (Canelas) e Titânia se enamoraram; foi sim numa noite de Primavera“.

Assim posto, numa adaptação ao hemisfério sul, onde as estações são contrárias às do norte, teríamos o sonho numa noite de outono.

Sao Joao

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Cidadão Kane (1941), de Orson Welles

07 quinta-feira maio 2020

Posted by Evandro Duarte in Filmes

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A Dama de Shanghai, A Guerra dos Mundos, A Marca da Maldade, Alfred Hitchcock, Carol Reed, Charles Chaplin, Cidadão Kane, Cinema, Filmes, H. G. Wells, Henry King, Hollywood, O 3º Homem, O Favorito dos Borgia, Orson Welles, Othello, Rosebud, William Randolph Hearst, William Shakespeare


Há cineastas de uma obra apenas, mas há aqueles que fizeram uma definitiva – obra-prima, obra-de-mestre, qual seja a titulação – que acabou ofuscando tanto suas obras seguintes quanto suas carreiras como um todo. Para Orson Welles, Cidadão Kane (1941). Impressionam os fatos do diretor-ator-roteirista-produtor ter realizado a obra aos 25 anos e sem jamais ter dirigido um longa-metragem. Um desses casos raros de genialidade cósmica, algo que ultrapassa as possíveis explicações mundanas.

Nunca uma reportagem investigativa rendeu um trabalho tão interessante, ainda que o filme se situe numa fina intersecção entre realidade e a ficção: Charles Foster Kane (interpretado pelo próprio Welles) teria inspiração numa poderosa figura da imprensa estadunidense, o magnata da imprensa William Randolph Hearst. O roteiro montado como os quebra-cabeças da segunda mulher de Kane fica na tênue alternância de uma história consagradora ou de uma tragédia aos moldes clássicos.

Orson Welles era um prodígio antes mesmo de almejar Hollywood. Em sua precoce carreira, fizera fama no teatro ao adaptar obras de William Shakespeare para o cidadão comum. Também fora um ícone no rádio, que ficou à beira do abismo com A Guerra dos Mundos, sua versão radiofônica da ficção científica do escritor britânico H. G. Wells. Mas o tumulto inesperado alçou ainda mais o nome de Welles, que ganhou um contrato para dois filmes com a RKO Radio Pictures, nos quais teria controle total sobre as obras. Era tudo o que o jovem autor precisava. E a história do cinema agradeceria, colocando Cidadão Kane repetidamente em primeiro lugar na lista das produções cinematográficas mais importantes já realizadas – às custas, claro, da carreira vindoura de seu criador. Assim, parece ser necessário assistir Kane saindo de cena justamente ao atravessar um espelho de imagens repetidas e infinitas: Welles ficaria aprisionado em si mesmo dentro daquele seu primeiro e definitivo filme.

Poderoso que era, Hearst fez o que pôde para retirar Welles da mídia – talvez por considerar Charles Foster Kane uma homenagem um tanto quanto ofensiva. Não obstante, os próprios excessos do cineasta lhe impingiram certa impopularidade. Ainda assim, Welles participou de importantes produções como tanto como diretor/ator – vide A Dama de Shanghai (1947), Othello (1952) e A Marca da Maldade (1958) – quanto somente atuando – vide O Favorito dos Borgia (1949), de Henry King, e O 3º Homem (1949), de Carol Reed. Entretanto, nenhuma destas obras obteve o frescor criativo das ideias exploradas por Cidadão Kane, obra que retomou o artesanato de Charles Chaplin e deixou espaço para a consagração do cinema artístico e de entretenimento realizado por Alfred Hitchcock.

O que é Rosebud? A resposta vale uma carreira inteira nos cinemas.

citzenkane

Nostalgia (1983), de Andrei Tarkovsky

01 quinta-feira ago 2019

Posted by Evandro Duarte in Filmes

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A Tempestade, Andrei Tarkovsky, Assim falou Zaratustra, Cinema, Filmes, Friedrich Nietzsche, Nostalgia, Tempo, William Shakespeare


Imagine-se a começar as obras de Friedrich Nietzsche por Assim falou Zaratustra, quando o autor revê sua vida e obra de forma a consumi-la uma segunda vez, tendo já ligação íntima para com a mesma – coisa que jamais outro alguém terá. Algo semelhante ocorre ao assistir Nostalgia (1983), de Andrei Tarkovsky, sem ter contato com suas obras anteriores. Mesmo para quem desconhece os trabalhos de Tarkovsky, fica claro que se trata de uma obra autoral em tom de fechamento, uma espécie de A Tempestade de William Shakespeare no sentido em que autor e obras confundem-se como jamais dantes em seus trabalhos. Em Nostalgia, a aproximação não acontece de maneira fácil ou imediata. Como os bons livros sempre a reler, esta obra necessita de reinterpretação a cada nova sessão. Com seus planos longos e uma verbalização que confunde o rebuscado com o banal, a película se opõe a deixar frestas quando coloca suas personagens quais joguetes de um destino sem sentido. A priori, Nostalgia é uma colcha de sentidos (sonoros, visuais, imaginativos) que discute a essência da vida como metáfora da arte – e vice-versa. Neste cinema, o mosaico do tempo se dilata por um caminho árduo; a vela deve se manter acesa do início ao fim.

nostalgicalidade

Ariel (1965), de Sylvia Plath

13 quinta-feira dez 2018

Posted by Evandro Duarte in Livros

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A Tempestade, Ariel, Sylvia Plath, Ted Hughes, Verus Editora, William Shakespeare


“Dissolve-se no muro. | E eu | Sou a flecha, | Orvalho que voa | Suicida, e de uma vez avança | Contra o olho | Vermelho, caldeirão da manhã”. Assim termina o poema Ariel que dá título ao livro de Sylvia Plath (1932-1963). A autora escreveu romances, contos e poemas em sua breve vida, mas foi na poesia que mostrou a força e as dores da palavra escrita. Ariel, originalmente publicado por seu ex-marido logo após o suicídio da autora, foi, então, substancialmente alterado. Ted Hughes, o ex-marido e também poeta, acrescentara poesias de Plath não originalmente pensadas para o livro e eliminara 13 outros poemas que considerou pessoalmente agressivos – Plath sabia da infidelidade de Hughes, possivelmente a principal inspiração dramática por trás de Ariel. Nesta edição bilíngue e fac-similar publicada pela Verus Editora em 2007, o texto original da autora é mantido no que era para ter sido um renascimento, mas se transformou num poderoso testamento literário para o triste desfecho da vida de Sylvia Plath. Ariel também é uma personagem de William Shakespeare na peça A Tempestade, bem como o nome do cavalo que Sylvia costumava cavalgar.

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Futebol ao sol e à sombra (1995), de Eduardo Galeano

21 quinta-feira jun 2018

Posted by Evandro Duarte in Livros

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Copa do Mundo, Eduardo Galeano, Futebol, Livros, Pelé, William Shakespeare


“O jogo se transformou em espetáculo, com poucos protagonistas e muitos espectadores, futebol para olhar, e o espetáculo se transformou num dos negócios mais lucrativos do mundo, que não é organizado para ser jogado, mas para impedir que se jogue. A tecnocracia do esporte profissional foi impondo um futebol de pura velocidade e muita força, que renuncia à alegria, atrofia a fantasia e proíbe a ousadia”. Assim o jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano descreve o futebol da virada do século XX para o XXI no livro Futebol ao sol e à sombra, publicado desde 1995 no Brasil em formato de bolso pela editora L&PM. Galeano não poupa nem mesmo o rei Pelé, ainda que engrandeça seu futebol. Comenta: “Fora das canchas, nunca doou um minuto de seu tempo e jamais uma moeda caiu de seu bolso”. Cita Shakespeare para remontar às origens da festa pagã que tem no gol seu desejado clímax. Destaca ídolos, clubes, seleções e Copas do Mundo para falar de uma paixão terrena presente em praticamente todo o globo, mas quase sempre desprezada pelos historiadores. Porque o futebol é tudo isso e muito mais.

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Hamlet: Poema Ilimitado (2003), de Harold Bloom

03 quinta-feira maio 2018

Posted by Evandro Duarte in Livros

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Aristóteles, Hamlet, Harold Bloom, Livros, Teatro, William Shakespeare


A peça teatral A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca, escrita pelo dramaturgo inglês William Shakespeare provavelmente entre 1599 e 1601, foi urdida por temas universais. Conquanto do ponto de vista ocidental, o texto como que define o imaginário e, para além deste, a própria consciência humana em suas dores e humores. O professor e crítico literário Harold Bloom, um dos maiores estudiosos e entusiastas da obra shakespeariana, busca sentidos e significados históricos neste texto que parece renascer qual fênix a cada nova leitura. E porque a humanidade ainda não encontrou sua possibilidade de convivência, parece ser mais do que legítima esta sentença: a ficção que mais se aproxima da experiência humana é, inevitavelmente, uma tragédia – no sentido da catarse apontada por Aristóteles. Ler ou reler?, eis a questão!

> Hamlet: Poema Ilimitado. Livro de Harold Bloom. Editora Objetiva, 2004.

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A liberdade de Hamlet

26 quinta-feira abr 2018

Posted by Evandro Duarte in Livros

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Bardo, Hamlet, Literatura, Literatura Inglesa, Livros, Teatro, William Shakespeare


Sem papas na língua, Hamlet não chegou ao fundo do poço por dizer o que pensava, mas sim porque já havia percorrido o topo do mundo munido de sua ferramenta mais ilustre: o pensamento. Para o príncipe da Dinamarca o resto foi silêncio, mas para nós aqui do outro lado das páginas o resto estourou como uma bomba moral; e, mesmo sem o gás lacrimejante, as lágrimas escorreram na certeza de uma caminhada humana contraproducente.

A loucura de Hamlet, criada qual o melhor disfarce detetivesco, determina uma mudança no entendimento da realidade. Essa sensação de que algo lhe escapa e de que nem mesmo a fé, o amor, a arte, o progresso ou os sonhos trarão uma satisfação tão sublime quantos as possibilidades sugerem. Rosencrantz e Guildenstern poderiam ser bons amigos, mas o príncipe não busca esperança no outro – afinal, já é muita responsabilidade ter de lidar com a morte de Ofélia, única pessoa em sua história recente por quem teve algum apreço e empatia. A dor dela, para o bem e para o mal, é a mesma daqueles para os quais os sentimentos importam contrários à razão.

Há alguma ingenuidade em acreditar que a vingança do fantasma (também chamado Hamlet e outrora pai do príncipe) se dá apenas por questões políticas ou por ciúme – afinal, seu irmão Cláudio usurpou-lhe o trono e sua mulher Gertrudes num ato vil de regicídio. Oras, o Fantasma, avistado inicialmente por simples guardas quais Marcelo e Bernardo, é o chamado nebuloso pelo qual alguém pode esperar uma vida inteira sem ter por onde. Quis o destino (ou Shakespeare, vá lá) tornar a aparição também visível aos olhos do gentil Horácio, a quem restou a difícil tarefa de relatar o estranho acontecimento ao legítimo herdeiro do trono. Vai daí que a conversa entre Hamlet e o fantasma seja também um ponto sem retorno, no qual as glórias serão deixadas de lado porque a consciência lhe será o único reinado – a digna nobreza que não tem a ver com castelos ou soberania alheia.

Ser ou não ser sugere fim e início. Se há história, sempre haverá drama – e quais de nós estarão livres no desfecho disso tudo? Hamlet, de alguma maneira trágica, descobre a liberdade na ponta de uma espada envenenada porque também não era redenção o que lhe apetecia. Sua partida serena ainda lhe permite profetizar questões menores, políticas até, como a escolha de Fortimbrás que chega da Inglaterra com notícias das quais o príncipe nunca saberá. Se Hamlet seria um grande rei como o próprio Fortimbrás aponta? O resto é imaginação.

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cronicafalada

Shakespeare: o autor predileto

23 segunda-feira abr 2018

Posted by Evandro Duarte in Livros

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A Midsummer Night's Dream, Dia Internacional do Livro, Hamlet, Miguel de Cervantes, Sonho de uma noite de verão, Stratford-upon-Avon, William Shakespeare


Ter um autor predileto não é colocá-lo acima dos demais, mas antes. Aquela fonte segura que lhe aparece nos momentos mais oportunos. Às vezes, você cita o autor ou a autora porque só aquilo lhe fará algum sentido. Ou não fará sentido algum. William Shakespeare já avisou por meio de uma personagem: “A vida não passa de uma história cheia de som e fúria contada por um louco significando nada“. Crer ou não crer nessa ideia é uma questão que a cada um convém responder se assim lhe aprouver. Desta feita que o próprio poeta de Stratford-upon-Avon seja meu autor predileto. Particularmente, sinto-me contemporâneo de suas peças, ainda que escritas séculos distantes e em paisagens tão longínquas que separadas por um Atlântico! Foi com uma edição adaptada de sua peça A Midsummer Night’s Dream, mal traduzida por Sonho de Uma Noite de Verão, que tive meu despertar para com a literatura e, principalmente, para com os livros. Era, então, apenas um adolescente que gostava de cinema e jogar futebol. Aos poucos, entrementes, as palavras escritas tomaram o lugar da bola, mas deixando um bom espaço para os filmes. Logo, rendo também uma homenagem ao autor de Hamlet e de outras dezenas de peças neste 23 de abril, Dia Internacional do Livro. A data comemorativa foi estabelecida por ser a mesma do passamento do bardo, bem como o de Miguel de Cervantes – ainda que, possivelmente, nenhum dos dois tenha deixado a vida neste dia. Shakespeare estava aqui antes de nós e por aqui continuará depois que nós partimos. E parece justo que seja assim.

shakes

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Shakespeare romântico?

19 quinta-feira abr 2018

Posted by Evandro Duarte in Livros

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Literatura, Romantismo, Romeu & Julieta, Teatro, William Shakespeare


Doce é a tristeza lida nas palavras de um amor que se ausenta. Porque trágica, sentimental e libertadora, tal frase bem poderia abrir um capítulo qualquer de um livro romântico. Enquanto estilo artístico, o romantismo ocupa um determinado período na história da arte (ainda que estas fases não sejam tão claras como naquelas perguntas de vestibular). William Shakespeare poderia ter escrito frase similar em alguma de suas obras – ainda que o fizesse com muito mais talento literário. Algo assim: “Parting is such sweet sorrow, that I shall say good night till it be morrow”. / “Toda despedida é dor… tão doce todavia, que eu te diria boa noite até que amanhecesse o dia“. Apesar dos sentimentos românticos nos textos do bardo serem abordados com seu característico esmero, o mesmo pode ser dito a favor de outros elementos, como os filosóficos, os dramáticos, os históricos, etc… Logo, não cabe ao poeta inglês a identificação qual autor romântico como pede o figurino (aqui um jogo de palavras proposital para com o teatro e a coxia). Ao mesmo tempo, os românticos se inspiraram largamente em Shakespeare para escrever suas histórias, não restam quaisquer dúvidas! Romeu & Julieta é uma obra basilar para a criação romântica, sendo referenciada em diversos momentos nas obras de escritores, pintores e toda sorte de artistas. Além disso, os românticos são responsáveis (não isoladamente, saliente-se) por um reavivamento dos textos shakespearianos. Uma hipótese definitiva: talvez tenha sido somente a partir do romantismo que Sir William se tornou um autor clássico! Por isso, melhor ficar com as palavras dele.

romeus

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Shakespeare traduzido no multiverso

12 quinta-feira abr 2018

Posted by Evandro Duarte in Ideias Imperfeitas

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Adaptação, Literatura, Multiverso, Tradução, Universo, Versão, William Shakespeare


De algum modo obtuso, porém concreto e fatídico, traduções desabrocham qual flor numa realidade paralela, perfazendo-se em interpretações. Como um estudioso ou um ator, ambos interpretam a partir de versões. William Shakespeare, como tal que era, somente o foi assim e assado em inglês. Logrou a sorte de ser traduzido e ganhou outras perspectivas à luz de um vernáculo que jamais foi seu. Destarte que traduzir um autor retumbante qual o bardo em nada diminui as possibilidades textuais. Pelo contrário, ampliam-se. Oh, multiverso infinito! ‘inda assim, adenda-se uma básica – mas fundamental – distinção entre versão traduzida e versão adaptada. Àquela convém um comprometimento intrínseco, tácito à qualidade autoral do tradutor. Enquanto esta, a adaptação, tem em si mesma um interesse menos na forma do que no conteúdo; assemelha-se a uma cortina que descerra um novo caminho – não a caminhada em si. Mais abraço formal que beijo de língua. O idioma de origem se subscreve sob a pele. Epiderme regional capaz de incluir sotaques e expressões ainda mais restritas na boca da língua-mãe. Não existe cicatriz quando da tatuagem em flor. Interprete como bem lhe aprouver.

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Shakespeare, Cervantes e Borges: a história vive da palavra

05 quinta-feira abr 2018

Posted by Evandro Duarte in Ideias Imperfeitas, Livros

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Espanha, História, Inglaterra, Literatura, Livros, Miguel de Cervantes, Palavras, Texto, William Shakespeare


A história nada mais é do que interpretações. O que fica sempre, pois, é o texto. Neste sentindo, considero todo e qualquer texto uma obra literária e, por sua vez, literatura. Daí a importância até os dias atuais, mesmo em tempos de internet, da palavra escrita. E, com a permissão do escritor argentino Jorge Luis Borges, uso de suas palavras sobre o livro para ilustrar meu argumento: “Dos diversos instrumentos do homem, o mais assombroso é, sem dúvida o livro. Os demais são extensão do seu corpo… Mas o livro é outra coisa, o livro é um extensão da memória e da imaginação”. E o que nos coloca nesse mundo que não seja a imaginação e a memória? O próprio Borges, por sinal, que tantas vezes falou de William Shakespeare, afirmava a universalidade do bardo devido a sua obra que ultrapassava a experiência inglesa. Logo, Shakespeare era quem menos tratava especificamente da Inglaterra entre os autores ingleses e, justamente por isso, tornou-se seu símbolo máximo. Da mesma forma, Borges cita Miguel de Cervantes como ícone da Espanha, sendo o menos espanhol de seus escritores. Cervantes e Shakespeare, não por acaso, dividem a hipotética/fictícia data de morte (23 de abril de 1616) e uma imaginação para lá de extensa. Se a história vive da palavra, então talvez a leitura seja sua complementação inerente. Felizes os que lemos.

borgesshakescervantes

Borges, Shakespeare e Cervantes

 

Erudito e popular

16 quinta-feira mar 2017

Posted by Evandro Duarte in Ideias Imperfeitas

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Alfred Hitchcock, Claude Monet, Cultura, Erudição, Leonardo Da Vinci, Ludwig van Beethoven, Machado de Assis, Natureza, Popular, Roberto Rossellini, Tom Jobim, William Shakespeare


Querem-nos impor as diferenças entre o erudito e o popular na marra. Como se distinção hierárquica fizesse alguém melhor por natureza. Nada disso. Não venham com essa porque não vão ter respaldo algum. Nós aqui do lado mais ansioso e destemido pertencemos ao time dos juntos e misturados; aqueles que encontramos na própria tradição o significado da novidade.

Passamos do grunhido à música de câmara sabendo que um pertence ao outro. A música, aliás, talvez seja a primeira forma de arte porque vem do ritmo. E a natureza é a mãe de todos os ritmos: O bater do coração, a cadência da chuva, a sinfonia do vento nas frestas de uma caverna. Naturalmente, aprendemos.

Da aurora de nossa espécie até o presente momento, percorremos um caminho de conquistas e perdas, mas que esteticamente sempre pareceu qualquer coisa de circular. Retomamos o popular quando o erudito parece não ser o suficiente – e vice-versa. A cultura não se faz por negação, mas por assimilação. Damos a volta ao mundo apenas para nos encontrar em nosso cotidiano tão minúsculo quanto o espaço vazio de um abraço. Abraçamos os diferentes porque não cabemos nesta partes simultâneas chamadas mente e corpo. Somos uma unidade simbiótica, dividida em metades para lá de interessantes.

Erudito e popular também são metades complementares e nada antagônicas. Cada qual ao seu modo aprofunda os dilemas mais necessários e, igualmente, triviais. Como um casal recém apaixonado, eles fecundam ideias impossíveis numa realidade possível. A união é estável, mesmo com os mal amados lhe desejando um divórcio com divisão total de bens. Estetas? Vai saber!

Não conheço qualquer coisa que possa se proclamar estritamente erudita ou popular. Mesmo os maiores sempre foram ambos. William Shakespeare, Machado de Assis, Roberto Rossellini, Alfred Hitchcock, Leonardo Da Vinci, Claude Monet, Ludwig van Beethoven, Tom Jobim… e tantos outros que se tornaram mestres na simplicidade, munidos de um vasto conhecimento, um tantinho de vaidade e muita coisa de humildade. Um legado mais do que legítimo para quem tem juízo e bom coração.

Na sua próxima festa, chame o erudito e o popular. Talvez seja o único jeito de agradar todos os seus convidados, sejam eles gregos ou troianos.

> Crônica publicada no jornal Notícias do Dia em 16/03/2017.

Crise

11 quinta-feira fev 2010

Posted by Evandro Duarte in Florianópolis

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Arquivo Público, Casa da Memória, Continente, Crise, Florianópolis, Internet, William Shakespeare


Existe uma máxima de que nos momentos de crise as pessoas se fortalecem. Assim, como se fosse necessária uma tempestade periódica e cíclica, alguns refazem planos, outros cometem os mesmos enganos, e o tempo esconde as crises, ano após ano. Tal dose de desventura pode parecer um tanto de masoquismo, quando isto nada mais é que o receio encravado nas mentes humanas, sutileza avassaladora que fez Shakespeare colocar no papel as seguintes bem traçadas: “Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar”.

Entretanto, também necessitamos de cautela, porque os resultados dos apressados estão por toda parte: má distribuição das riquezas naturais, a exploração equivocada de bens universais, o crescimento desordenado nas cidades, o êxodo das áreas rurais… e tudo aquilo que os jornais e os movimentos sociais não nos deixam esquecer.

Uma visita rápida no Arquivo Público, ou na Casa da Memória, ou mesmo em páginas da internet oferece uma visão nítida do que era Florianópolis antes da crise. Ilha de beleza singular, a cidade cresceu cercada pelo mar e sem pretensões de grandeza. Mas aí o Continente foi agregado, as pontes surgiram para facilitar o acesso e um sem número de agravantes desmistificou a falsa imagem de paraíso na terra. Evidentemente que avanços públicos também marcaram presença. E aí estão as universidades (federal e estadual), os colégios, os hospitais e outros pertences da comunidade que colocam em prática o que dizem os teóricos da cidadania.

Mas crises não são passageiras, como muitos podem pensar. Sempre há crise, e é esta crise que move as engrenagens da sociedade. Crises refazem os amores perdidos, reinventam os conceitos ultrapassados, recolocam os dias novamente no calendário. Qualquer cidadão de Florianópolis, mesmo aqueles que não moram na urbe, são agentes da crise; pessoas comuns que convergem por caminhos diferentes, buscando um entendimento inexistente porque já aprendemos a conviver com esta invenção humana chamada crise.

> Crônica publicada no Jornal Notícias do Dia em 11/02/2010.

Maktub ou Youtube

12 sexta-feira dez 2008

Posted by Evandro Duarte in Ideias Imperfeitas

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Internet, Literatura, Machado de Assis, Maktub, William Shakespeare, YouTube


Até que ponto a internet teria conseqüências relevantes na vida dos escritores e, mesmo, todos os artistas de outras épocas? Escrever é ato solitário, na maioria das vezes. As ferramentas dest’ arte evoluíram sobremaneira desde que a palavra se firmou: a pena, a máquina de escrever, o computador. É sabido que, para o artista das palavras, o meio físico que utiliza pode ter sérias influências na sua obra, tanto no que diz respeito a sua realização quanto no que concerne ao seu legado.

Neste 2008 que tão breve nos acenará com seu adeus histórico mas jamais definitivo (pois não é só 1968 que nunca acaba), está em processo a transposição para o meio virtual de toda a obra conhecida do maior nome das letras nacionais: Machado de Assis. O autor carioca que nos deixou há cem anos possivelmente olharia com seu olhar atencioso este processo que deixa o papel de lado para consagrar a tela dos computadores de todo o mundo ligado na rede de computadores. Talvez o próprio Bruxo do Cosme Velho não imaginasse que seria possível estar próximo de um número tão grande de leitores.

Para o Machado que acompanhou o nascer do século 20, tais revoluções tecnológicas não lhe passariam incólume, tendo por fineza “… catar o mínimo e o escondido” e, assim, divagar “… com a curiosidade estreita e aguda que descobre o encoberto”. O autor que viveu a mesma época do nascimento do cinema, qua presenciou a troca dos bondes puxados por burros para os movidos com eletricidade, identificaria os muitos aspectos de nossa brasilidade e, principalmente, que implicações nos desvios de humanidade a internet possibilitaria. Com muita ironia e munido de seu olhar antropológico , o próprio Machado de Assis poderia colocar um vídeo qualquer no You Tube, site da internet de conteúdo audiovisual tão bem afamado na internet entre os jovens. Talvez aparasse melhor a barba cor de palha seca que tanto lhe imprimia um ar austero e, com o rosto limpo, diria que toda essa onda já começara desde a invenção do humano por William Shakespare. Maktub, reiteraria Machado, fazendo mais uma de suas muitas citaçãos. Agora, porém, seria na internet.

> Crônica publicada no Jornal Notícias do Dia em 12/12/2008.

Novos sabores de ocasião

08 quinta-feira maio 2008

Posted by Evandro Duarte in Ideias Imperfeitas

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Literatura, Machado de Assis, Sabores, William Shakespeare


Acontece vez por outra, mas não tem constância e tampouco aviso prévio. No entanto, descobrir um novo sabor pode ser sobremaneira raro se a alma estiver fechada para balanço. Felizmente, de tempos em tempos, a vanguarda do pensamento humano se faz ouvir. E que rufem os tambores, pois os novos sabores ocasionais estão livres para a degustação mais uma vez.

Na onda desses prazeres intermitentes, um autor até então desconhecido para um leitor atento talvez esteja no topo da lista. As palavras unidas que edificaram o texto foram escolhidas pela vontade ímpar de um escritor ansioso que os outros lhe descortinem sua arte. Basta abrir a página e a magia acontece, como no circo quando somos crianças. Este mágico literário não é capaz de tirar coelhos da cartola, mas ele brinca com nossa imaginação em igual ou maior intensidade. É doce o sabor das palavras quando bem escritas.

Fico me perguntando o quanto Machado de Assis se deliciou ao ler Shakespeare. Afinal, o Bruxo do Cosme Velho deleitava-se mais quando escrevia ou quando percorria com os olhos as páginas alheias? Dos autores humildes teria a confirmação da segunda alternativa. Numa sociedade consumista, por que não devorar os livros já existentes ao invés de produzir mais e deixá-los estragando no canto de um sebo qualquer? Mas o que seria dos grandes autores se pensassem desta maneira? Escrevemos, pois, nos jornais, em livros ou guardanapos.

Os novos sabores, é preciso dizer, podem ser encontrados nos lugares mais inesperados. Descobrir um sabor é próprio dos que se aventuram pela vida, seja no campo dos sonhos ou no campo de futebol. E uma coisa é certa: quando você sentir o gosto, dificilmente vai abandonar seu novo sabor encontrado ao acaso.

> Crônica publicada no Jornal Notícias do Dia em 08/05/2008.

Perfil

Jornalista. Escritor. Leitor. Espectador. Algumas passagens da minha trajetória: Em 1998, fui Diretor de Imprensa do grêmio estudantil da Escola Técnica Federal de Santa Catarina (Florianópolis/SC). Entre 2001 e 2005, editei o fanzine JornalSIN na UNISUL (Palhoça/SC). No mesmo período, editei a seção de Literatura do portal cultural SARCÁSTICOcomBR (Florianópolis/SC). Nos anos de 2002, 2003, 2005 e 2010, realizei a cobertura crítica do Fórum Social Mundial (em Porto Alegre/RS) para o site SARCÁSTICOcomBR. Em 2002, atuei como cronista de cinema e editor de Cultura do Jornal Mercosul (Florianópolis/SC). Em 2004, publiquei de modo independente o livro "Caderno Amarelo de Poesias". Entre 2005 e 2006, atuei na área de assessoria de imprensa na Exato Segundo Produções (Florianópolis/SC). Em 2008, fui um dos vencedores do 6º Concurso Literário Conto e Poesia realizado pelo Sinergia - com a poesia "Nova Iorque em Vermelho". Em 2011, fui um dos vencedores do 7º Concurso Literário Conto e Poesia realizado pelo Sinergia - com a poesia "Soldado sem sentido" e com o conto "Velhos corações imaturos". Em 2012, apresentei o Programa Geral e o Ponto de Encontro no canal fechado TVN (São José/SC). Entre 2013 e 2015, fui editor-chefe do Jornal Independente (Biguaçu/SC). De 30/04/2009 a 10/08/2017, escrevi crônicas semanais para o jornal Notícias do Dia (Florianópolis/SC). Desde 2016, sou um dos editores e cronistas do Centopeia Site. Também produzo e apresento programas para o canal Centopeia TV no YouTube e para o podcast Centopeia Falante no Spotify. Publico semanalmente no blog Crônicas do Evandro e atualizo ocasionalmente o perfil do Instagram @cronicasdoevandro.

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