Monólogo dos anjos


Eu que não falo a língua dos anjos tenho uma vaga noção do amor e escrevo por isso ou apesar disso. É sempre uma experiência incompleta essa de definir as coisas. Se conheço o que é verdade, talvez tive sorte quando todas as estatísticas pesavam contra mim. Sei que estou certo, todavia; na certeza do erro, ao menos. Sonho ou poesia, tanto faz para um apostador. Vai da sorte de cada um. Vaivém de sentimentos – já me avisaram que encontrar a si mesmo não é simples como quando do reflexo no espelho. Miro em mim e vejo tantos, do passado ao agora. Alguns dos que me compuseram ainda estão por aí. Meia dúzia deles têm nomes de santos e continuam sentados à janela, acompanhando meus passos à distância, lançando feitiços de proteção à revelia. Só os anjos conhecem todos os caminhos do mundo para serem justos o suficiente. Acho que eu já prometi demais. E sigo o rastro dos meus débitos com a língua ocupada por gostos insólitos. Escrevo, machucado, sobre aqueles que aprenderam a amar. De mim, espero apenas conhecer o verso. E não duvido de que isto seja a resposta para aquelas minhas preces juvenis. Os anjos não falam comigo, mas escutam.

Sangue de Um Poeta (1930), de Jean Cocteau


O humano presente em Sangue de Um Poeta (1930), de Jean Cocteau, projeta o corpo ao mesmo tempo em que projeta no corpo: porque interessado em si mesmo torna-se objeto de sua própria arte. Assim, Cocteau altera o filme, invadindo-o com uma pergunta pessoal que surge feito uma legenda. O poeta-artista trilha na ambição não sem dúvidas e inspirações. Eis o momento do teatro de sombras a parodiar o mito da caverna. A morte em auto-reverse, como um dia que se repete indefinidamente. Os cortes bruscos da edição alteram a noção de um tempo já precário porque poético. As portas que se abrem no filme são também fruto de uma investigação pessoal sobre as artes, a filosofia e a religião. E, então, voltamos ao corpo como cerne da estrutura narrativa, que olha a si mesma qual um espelho. Legenda que se apresenta na película: “Os espelhos deviam pensar um pouco mais antes de refletir as imagens”. O que se torna inútil é todo o resto que não a procura pela arte como divagação necessária. O filme se traveste de clareza e objetividade, por mais surrealista que possa parecer. Desta feita, trata-se de uma metáfora explícita sobre o que é o homem e qual poesia ele quer para si.

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Clímax (2017), de Bruna Lombardi


Flanar entre contraditórios de si ou de mim; porque não há fuga possível – pelo contrário, há sim. Uma hora ela se faz poetisa, outra poeta. Por vezes, romantiza. Noutras, decreta: o amor não tem estado definido. É bruto, é leve, é sexual e também hígido. Quem nasceu para comandar também pode se dar ao luxo de dar. Receber e brincar com a palavra, seduzir como quem o coito sucede à lavra. J’ai travaillé au max. Imagina em francês o livro Clímax! Bruna Lombardi, autora e atriz, e muito mais. Destila sensações proféticas quais gritos de “ais”. A obra é ficção, mas se completa na realidade. E se um não é não, também pode ser outra coisa dependendo da idade. O pudor contempla a si mesmo tramando receber um beijo. Os versos são inversos conforme o ensejo. Wait a little. Espere um pouco. São Paulo or Seattle? Ser são ou louco? Agradecer aos céus, retribuir os dias idos em Paris. Desabrochar feito rosa do povo ou nobre flor de lis. Sua rede é de felicidade, sua gente é de expressão. Em todas as sertanidades, nem Diadorim é exceção. Personagem de seu próprio enredo, quiçá adorável iconoclasta? Oras, bela porque se lhe cabe, mas não lhe basta. Ela olhou para dentro, viu uma luz e deu o melhor de si. Sua escala poético-musical não começa em dó e tampouco termina em si.

> Clímax. Escrito por Bruna Lombardi. Editora Sextante, 2017.

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o que o sol faz com as flores (2017), de rupi kaur


mulheres e homens trafegam por um mesmo espectro de dramas e tramas. por venturas e circunstâncias, existem questões de gêneros que se acumularam ao longo dos séculos e vieram ter entre si no alvorecer do segundo milênio. não é qual explosão de um vesúvio, tampouco uma sensação de alívio: ao contrário! tal encontro é quase um desvio nos caminhos, um convívio de pergaminhos. sim, a literatura, como todas as artes, une a todos. algumas nuanças apenas nos exaltam, despetalando ideias que surgem com o tempo. rupi kaur, em o que o sol faz com as flores, tem a seu favor toda essa estranheza típica de uma era que prefere o empoderamento possível ao temível poder. seu momento permite uma discussão libertária sobre temas tão antigos quanto ainda longe dos consensos. o amor, o sexo, o feminismo, o feminino, a imigração, o corpo, a alma, a natureza… tudo o que toca, tudo o que sente… e mais… porque a poesia tem das suas e explicar seus versos tão somente enseja uma possibilidade dentro de um universo sem fim. assim, entre ações e contradições, homens e mulheres se encontram porque não têm por onde. o girassol procura o astro-mor ou a si mesmo?

> O que o sol faz com as flores. Escrito por Rupi Kaur. Editora Planeta, 2018.

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A Rosa Separada (1972), de Pablo Neruda


Talvez a grande semelhança entre Pablo Neruda (1904-1973) e Fernando Pessoa (1888- 1935), os dois expoentes supremos da poesia em seus idiomas, seja uma capacidade de escrever sobre tudo. Pessoa, no entanto, definiu a totalidade; livrou-se de todo o resto e ficou com o absoluto (“E vivemos vadios da nossa realidade. | E estamos sempre fora dela porque estamos aqui.”). Neruda, por sua vez, sublimou o mínimo; porque tudo é natureza, seja feito de amor, política, tempo ou paisagem, como acontece neste póstumo A Rosa Separada, quando o fascínio pela Ilha de Páscoa lhe arvora o único sentido que realmente interessa: a criação. Escreve Pablo:o olhar secreto da pedra, | o nariz triangular da ave ou da proa | e na estátua o prodígio de um retrato | — porque a solidão tem este rosto, | porque o espaço é esta retidão sem rincões, | e a distância é esta claridade do retângulo.

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Os Lusíadas (1572), de Luís de Camões


Se o fado os carrega até longínquas terras, eis que a nau conduz vidas e versos. Ao redor do globo, ainda que jamais correndo em círculos, poetas e heróis singram e sangram por mares nunca de antes. Barões assinalados se assim lhes convém. Gregos e romanos, quais nada! Todos nós, os outros, ainda mais longe que Ulysses ou Enéas. O reino lusitano se espraia além-mar. Oceano venturoso, terras cruzadas. Inês é morta, mas o sonho português soergue-se no horizonte anil. Quiçá, nalgum azulejo futuro, a história-estampa qual registro de uma nação. Se viver nunca foi preciso, tampouco é outra coisa que não arte a reverberar em solo distante. Meia dúzia de Lusíadas conquistariam quaisquer continentes. Tão mais tarde, herdeiros de náufragos e degredados edificariam um país na cor de uma árvore. Pau-brasil manchado de sangue: nação em brasa, rubros corações. Dez cantos apenas para dizer porque foi assim. O final em aberto jamais sonhado pelos poetas.

> Os Lusíadas. Poema épico escrito por Luís de Camões. Ministério da Educação e Cultura (1972).

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Um’ aula de poesia


Numa sala de aula, quatro poetas conversam com os alunos. Todos, estranhamente, são praticamente iguais. Não, não se tratavam de irmãos gêmeos, pois eram frutos espontâneos da criação artística. Mas lá estavam eles, com características quase que diametralmente opostas, todos trajando preto, usando óculos redondo e chapéu.

Uma aluna, por fim, deu início ao debate:

– Pelo sotaque de vocês, creio que sejam portugueses. Certo?

– Ora, pois… você está correta, rapariga arrebicada!, respondeu o que estava mais à porta.

– E o que pensa da nossa tríade modernista: Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade e Oswald de Andrade?

– Causam-me certo desassossego. Mas não me tiram o sono.

Outro aluno dirigiu-se ao que se identificou como médico logo que viu um estudante dormindo numa carteira e foi se certificar de que o mesmo ainda respirava.

– E o doutor, gosta da modernidade?

– Não a desdenho, mas ainda prefiro a harmonia dos clássicos. Sabem, as línguas portuguesa e francesa possuem as palavras mais belas e as maiores riquezas dentre todas as outras mundanas. No caso do português (a língua e não o sujeito), penso que com seus meandros, nuanças e peculiaridades há algo grande e belo, fazendo-o único em si mesmo! Assim é com a língua e assim deve ser para com a poesia presente ou passada.

Já o terceiro poeta, que estava olhando o que parecia ser uma bola de cristal sobre a mesa do professor, manifestou-se sem que ninguém o intimasse, sempre com um ar meio místico:

– Vocês ficam aqui falando, mais uma vez, do tempo. De passado e do presente. Oras, eu não quero o presente. Quero a realidade e as cousas que existem, não o tempo que as mede. Isso tudo são esquemas feitos para tirar a atenção das pequenas cousas que se escondem dos olhos ingênuos. Vocês, jovens que cursam a academia, deviam ver as cousas, apenas vê-las; vê-las tanto até não pensar mais nisso.

Por fim, a mesma aluna da primeira pergunta, que foi chamada de rapariga arrebicada por um dos poetas, fez a pergunta definitiva ao único que ainda não se havia manifestado sobre quaisquer assuntos.

– Qual o sentido da poesia?

– Creio que essa é uma pergunta que deve ser feita para aqueles que são campeões em tudo. E não sou um deles. Tampouco conheci alguém que tivesse levado porrada numa boa. É para essa gente que você deve perguntar o sentido da poesia, da vida e de tudo o mais. Não para mim, que, quando a hora do soco surgiu, tenho-me agachado.

Em seguida, Fernando Pessoa e seus heterônimos deixaram a sala sem se despedir. E a gargalhada tomou conta dos alunos.

> Crônica publicada no Jornal Notícias do Dia em 05/03/2015.

Ode ao infinito


Quisera eu um segundo poema tão ou mais necessário que o primeiro. Algo como o uivo daquele lobo traiçoeiro, Ou, talvez, suave odor de alfazema. Quem dera ditar versos leves e contar as plumas que caem sem o peso da viagem e a ausência do que não vês. Ainda sonho com vaga dialética para juntar dois ou mais sentidos ao término de uma escrita poética. Nem tudo tem rima e o que tem não termina.

Quando chegar o fim dos meus dias idos, espero que sobre algo da estética – pelo menos nesses segundos poemas jamais lidos por palhaços abusados ou palhaças atrevidas. E, assim mesmo, há um gênero do amor que é tão infantil e terrestre como mais explícito e sofrível assomo: o que chama de “sortilégio” o nobre bretão. Como não lembrar da sapecada que a criança induziu aos adultos desajustados. Em algum momento, pois não sabemos qual, o ato de coragem destes palhaços que seduzem mulheres e homens na madrugada foi mais violento e cruel do que qualquer outra artimanha dos poetas.

E, por aí, existem, tantos órfãos de sentimentos individuais. Gente que vê os navios aportando no cais como quem ri de chegadas e partidas. Solitários a escrever em papiros manchados de vinho, ou coisa que o valha na imitação. E borram a área central da ilustração, ficando ambos avermelhados: uma foice e um machado!

Quando iniciaram as navegações, saliente-se, a Terra ficou pequena e o oceano se desnudou. No entanto, o atlas medieval sucumbiu às revelações feito uma história com duas personagens, num ambiente sem janelas, portas, calendários ou meias-de-lã. Coisa incomum de sabor agridoce. Todos estão trancados e gritam ao infinito – um som de uma nota apenas, qualquer nota desde que em falsete. E, mais tarde, este eco se pôs em tom sobre tom: um aviso de que todo o fôlego utilizado serviu tão somente como aula de canto.

O tempo pode ser o maior vilão que há na terra, se o que nos torna fortes e guerreiros desaparecer e se apagar qual o néon dos letreiros no cômico ato iminente da última grande guerra. Mas não é possível nem digno culpar o tempo apenas. Há muito mais escondido nos corredores da história: obras de cunho polêmico que trazem alguma vitória. Tragédias incoerentes de consequências pouco amenas. Assim, sob ruínas, viajamos até a última canção antiga. Percorremos escombros muitos, viga sobre viga. E, como saldo, temos vestígios de uma época que se solidifica.

Juntos, porém, contamos sempre novas outras versões. Historietas que atravessarão séculos, e às futuras estações deixaremos o legado que o tempo não nos legou.

> Crônica publicada no jornal Notícias do Dia em 20/10/2011.

Além da imaginação


Não é possível acreditar em tudo o que dizem, sejam políticos, poetas ou profetas. Em tempos antigos, fizeram-nos crer que a terra era chata, quando “eles” eram os verdadeiros chatos. Nos mal chamados descobrimentos, como em outras épocas, desculpas esfarrapadas imprimiam coerência à escravidão. Os gregos antigos, em tempos de filosofia aplicada, acreditavam na democracia, mas mulheres não podiam exercer o direito do voto. No Brasil de hoje, de acordo com a Constituição, a administração de cada município deve investir em Educação pelo menos 25% do que arrecada com impostos e transferências constitucionais. Para a Saúde, a Constituição exige um investimento superior a 15% da despesa própria. Assim, sabemos que é preciso ir além da imaginação para construir uma cidade, seja esta uma capital como Florianópolis, ou um município pequeno, destes que o número de cargos de uma prefeitura é equivalente ao número total de eleitores.

Governos provisórios indicam apenas o quão despreparados estamos para lidar com as diferenças. E, indiferentes, fingimos alguma surpresa com os desatinos que pipocam diariamente em acidentes de trânsito, assaltos seguidos de morte, etc e tal. Mesmo o continente americano ainda não assumiu o papel de si mesmo, como podemos verificar neste exato momento com a crise institucional em Honduras, na qual o presidente teve de se esconder na embaixada brasileira. Qualquer dia, mesmo prefeitos e vereadores terão de buscar refúgio em cidades vizinhas. Para tanto, basta a cidadania entrar na pauta da vez, porque direitos e deveres são duas faces da mesma moeda.

Como contar poesia se os versos já não são tão bonitos? As rimas foram subutilizadas com a lábia dos malandros. Um universo de bobagens destrói poemas com verdades inventadas, bem como falsos profetas não logram êxito em situações constrangedoras, dessas que os mandatários do poder público não cumprem o que prometem. Não há crise sem embate, não há conquista sem algum esforço, não há porque temer o desconhecido se qualquer convicção fizer parte de nosso vocabulário. Assim, Ilha vira continente, e todos aqueles que vivem em Florianópolis serão governos de si mesmos, indo muito além do que imaginávamos.

> Crônica publicada no Jornal Notícias do Dia em 15/10/2009.

Sul realismo


Uma tradição que se vai com o passar das nuvens também tende a correr verbos soltos como um eclipse noturno em chão de plumas. Não é preciso saber gostar para se divertir com alheios devaneios perturbados. O que mais se consome em cima de si mesmo é deixar o vento sem asas, como quem escuta um redemoinho de canções fúnebres. Numa Ilha de pseudo-mágicos, já não há mais espaço para ciganos renitentes, porque uns poucos não têm palavras a lhes bastar.

Calcificado no chão de outrora está o vestígio do que não é, haja vista que foi. Perdulários inconstantes desabam rio abaixo numa cachoeira humana e úmida, sinal da metamorfose que balança sinuosos galhos em fotossíntese. Assim está sem bateria o remoto controle das instituições públicas – e não há plano diretor que altere o que se esconde n’ alma dos proxenetas. Acusados e promotores do estado versam ideias obscuras porque se tornam objetos de sua própria tese abjeta. E para tal crise não há vacina ou antítese que altere o alterego de quem nada em piscinas de seda.

Sob o escaldante aroma da cor vermelha, protestos ocultos querem saber de educação atraente para crianças do hoje, porque elas já não sonham com chuvas de brigadeiro: é necessário desviar das balas de fuzis, furiosas ninfas que não perdoam inocentes. E volantes embriagados pelos delírios da madrugada desfalcam famílias com histórias de botequim que fazem feio até mesmo se comparadas aos insucessos dadivosos de pescadores bem-humorados. Mas que paixão é essa de torcidas rivais que exaltam vícios irritantes, destes que se querem esquecidos no outro lado de lá do arco-íris?

Sempre solitários de sorrisos e outros aconchegos, cidadãos antigos e atuais deste sul surrealista colaboram em centenas de processos escusos, contrariando invernos longos, esquentando dias que se repetem indefinidamente. A natureza chora sozinha ao ver com óculos escuros seus filhos lutando uns com os outros, gladiadores de batalhas lácteas, num universo ensimesmado de seus atos; atores fugidios que encenam acenos de paz.

> Crônica publicada no Jornal Notícias do Dia em 24/09/2009.

Imagine-se aqui


Imagine-se como um fotógrafo curioso, daqueles que vêem uma simples paisagem e descobrem um mundo em miniatura, daqueles que estão no meio da multidão e encontram milhares de histórias singulares, daqueles que quando chegam a esta Ilha de Santa Catarina dão com a história do século XXI cobrindo os vestígios do passado com muito concreto e pouco contato.

Imagine-se um poeta, daqueles que procuram cada verso ou rima como quem anseia encontrar um verdadeiro amor, daqueles apaixonados pela diversidade ao mesmo tempo em que desejam que todos no mundo fossem iguais a você, daqueles que olham para esta terra de selva e pedras, ligada ao mundo por três pontes, e admiram-se por jamais, em qualquer lugar, ter tanto para cantar.

Imagine-se um cineasta, artista de conjunto, daqueles que exploram o mundo feito um astronauta noutro planeta, daqueles que correm atrás do plano exato e da cena ideal, seja num dia de chuva ou de sombras das árvores, daqueles que teimam em filmar os lugares símbolos da capital catarinense como se, num ato de vaidade, fosse possível mostrar aos outros o que poucos têm a oportunidade de curtir por inteiro, como quem pergunta: “Eu estive lá, e você?”.

Imagine-se exatamente como você é, daqueles que se importam com a sua cidade, seja esta seu local de origem ou não, daqueles indignados com todos estes problemas pelos quais Florianópolis passa, daqueles que sonham com menos desigualdades no mundo e que, ao menos por alguns minutos, deixam de imaginar para tornar os sonhos de fotógrafos, poetas, cineastas e toda a sorte de seres humanos na realidade dos próximos dias.

> Crônica publicada no Jornal Notícias do Dia em 06/11/2008.